
Avaliação Imobiliária
A Avaliação de Imóveis consiste na determinação do valor de mercado de uma propriedade. Utilizamos métodos precisos e atualizados para fornecer uma estimativa justa e confiável, essencial para negociações e decisões financeiras.
1 Introdução
1.1 O que é a Avaliação Imobiliária
A legislação brasileira e as normas técnicas preveem diferentes tipos de avaliação de imóveis, cada um com finalidades específicas. Essas avaliações são geralmente regidas pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), especialmente a NBR 14.653, que trata da avaliação de bens (particularmente a parte 2, que trata de imóveis urbanos). Além disso, algumas legislações e normas complementares de órgãos públicos e conselhos profissionais (como o COFECI, CREA/CONFEA e CAU) também disciplinam essas avaliações. Veja os principais tipos:
1.2 Tipos de Avaliações de Imóveis e suas finalidades
A legislação brasileira e as normas técnicas preveem diferentes tipos de avaliação de imóveis, cada um com finalidades específicas. Essas avaliações são geralmente regidas pelas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), especialmente a NBR 14.653, que trata da avaliação de bens (particularmente a parte 2, que trata de imóveis urbanos). Além disso, algumas legislações e normas complementares de órgãos públicos e conselhos profissionais (como o COFECI, CREA/CONFEA e CAU) também disciplinam essas avaliações. Veja os principais tipos:
1.2.1 Avaliação de Mercado (Valor de Mercado)
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Objetivo: Determinar o valor de venda ou compra do imóvel em condições normais de mercado.
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Utilização: Compra e venda, garantias bancárias, inventários, partilhas, avaliações judiciais etc.
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Base legal/técnica: NBR 14.653-2.
1.2.2 Avaliação para Fins de Garantia
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Objetivo: Estimar o valor do imóvel como garantia em operações de crédito (hipoteca, alienação fiduciária).
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Utilização: Financiamentos imobiliários, empréstimos com garantia real.
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Base legal: Normas do Banco Central, instituições financeiras e NBR 14.653.
1.2.3 Avaliação para Fins Fiscais ou Tributários
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Objetivo: Determinar valores para cálculo de tributos como ITBI, IPTU, ITR e Imposto de Renda sobre ganho de capital.
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Utilização: Lançamentos e revisões fiscais.
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Base legal: Leis municipais e federais, como o Decreto nº 9.580/2018 (RIR/IRPF), que trata de ganhos de capital.
1.2.4 Avaliação Judicial
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Objetivo: Subsidiar decisões judiciais em processos de separação, inventário, desapropriação, usucapião, etc.
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Utilização: Nomeação de peritos judiciais.
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Base legal: Código de Processo Civil e normas técnicas da ABNT.
1.2.5 Avaliação para Fins Contábeis (Valor Justo ou Patrimonial)
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Objetivo: Atualizar o valor contábil de imóveis no balanço de empresas conforme normas contábeis.
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Utilização: Demonstrações financeiras, fusões, incorporações.
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Base legal: CPC 27, CPC 46 e IFRS.
1.2.6 Avaliação para Seguro
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Objetivo: Estimar o valor necessário para reposição ou reconstrução do imóvel segurado.
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Utilização: Apólices de seguro patrimonial.
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Base legal: Normas das seguradoras, NBR 14.653.
1.2.7 Avaliação para Desapropriação
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Objetivo: Estimar o valor indenizatório justo de imóveis desapropriados pelo poder público.
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Utilização: Processos administrativos ou judiciais de desapropriação.
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Base legal: Decreto-Lei 3.365/41 e NBR 14.653.
1.2.8 Avaliação para Fins Ambientais ou de Regularização Fundiária
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Objetivo: Determinar valor de imóveis para compensações ambientais, regularizações urbanas ou rurais.
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Base legal: Normas ambientais e fundiárias específicas (como o Estatuto da Cidade e leis de REURB).
2 Métodos de cálculo para Avaliação Imobiliária
Os Corretores de Imóveis Avaliadores, ao utilizarem o método comparativo direto de dados de mercado (ou simplesmente método comparativo de mercado), seguem técnicas consagradas na Avaliação Imobiliária, em especial conforme as normas da ABNT NBR14.653. Este é o método mais comum e aceito no mercado para avaliar imóveis urbanos. Segue, abaixo, os principais métodos e técnicas:
2.1 Etapas do Método Comparativo
2.1.1 Pesquisa e Coleta de Dados do Mercado:
O primeiro passo é a coleta de dados de imóveis comparáveis ao avaliado. Esses dados podem ser obtidos em:
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Anúncios imobiliários (jornais, portais online);
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Informações fornecidas por corretores;
-
Registros públicos (cartórios, prefeituras);
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Entrevistas e visitas a imóveis.
Exemplo:
Você está avaliando um apartamento com 90 m², 3 quartos, 2 vagas de garagem, no bairro Centro de Florianópolis. Foram coletadas as seguintes ofertas similares:
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Localização
-
Tipo de imóvel (casa, apartamento, sala comercial, terreno etc.)
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Área construída e do terreno
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Estado de conservação
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Idade aparente
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Padrão construtivo
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Infraestrutura local e acessibilidade
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Condições de negociação (à vista, financiado, permuta, etc.).
2. Tratamento dos Dados (Homogeneização)
Avaliação Imobiliária de Terreno Urbano pelo Método
Comparativo Direto de Dados de Mercado
(MCDDM)
Para a avaliação imobiliária de um terreno urbano, o Método Comparativo Direto de Dados de Mercado (MCDDM) é a metodologia mais comum e aceita. Com base nesse processo de avaliação o Corretor de Imóveis Avaliador, legalmente habilitado, pode estimar o valor de um bem com base nos preços praticados em imóveis similares no mercado. A seguir, está um passo a passo minucioso do processo, com fórmulas e fatores a serem considerados.
1 Identificação do Imóvel
O primeiro passo é a identificação do imóvel:
a) Endereço completo:
b) Bairro;
c) Dimensões (frente, profundidade, área total);
d) Área do terreno;
e) Perímetro (m);
f) Inscrição Imobiliária;
g) Confrontações;
2 Característica do Imóvel Avaliado
Feita a identificação do Imóvel, é hora de fazer o levantamento das características do imóvel
2.1 Zoneamento e uso permitido:
2.2 Topografia (plano, aclive, declive):
2.3 Testada (frente)
2.4 Forma do terreno
A forma do terreno geral é retangular ou trapezoidal.
2.5 Infraestrutura urbana:
A Infraestrutura urbana compreende a presença ou não de energia elétrica, iluminiação, água, esgoto, acesso por sua calçada.
3 Pesquisa e Seleção de Dados de Mercado
2.1 Objetivo:
Encontrar imóveis semelhantes ao terreno em avaliação, com preços efetivamente praticados (venda), com as seguintes características:
-
Localização no mesmo bairro ou zona homogênea;
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Áreas e características semelhantes
2.2 Critérios:
-
Mesma tipologia (terreno urbano);
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Localização próxima ou similar (mesma zona homogênea);
-
Condições de topografia e infraestrutura semelhantes;
-
Transações recentes (preferencialmente até 12 meses).
3 Tratamento dos Dados de Mercado
3.1 Tabela Base:
| Ítem | Área (m2) | Preço Total (R$) | Preço Unitário (R$/m2 | Localização | Frente | Topografia | Infraestrutura |
3.2 Cálculo preço unitário:
Preço unitário(R$/m² = Preço total / Área do terreno
4. Homogeneização dos Dados (Ajustes por Fatores)
4.1 O que são os Fatores de Homogeneização?
São coeficientes que ajustam os preços unitários dos imóveis comparáveis, considerando as diferenças físicas, locacionais, jurídicas e econômicas em relação ao imóvel avaliado. Eles ajudam a trazer todos os comparáveis para um “padrão comum”.
4.2 Principais Fatores de Homogeneização:
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Localização: proximidade com vias principais, comércios, serviços.
-
Topografia: terreno plano vale mais que aclive/declive.
-
Testada (frente): terrenos com maior frente geralmente têm maior valor unitário.
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Área total: terrenos menores tendem a ter valor unitário maior.
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Forma: regular ou irregular.
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Situação legal: regularização ou com pendências.
4.2 Objetivo:
Para cada diferença entre o imóvel avaliado e o comparável, aplica-se um percentual de ajuste:
Valor ajustado = Valor unitário do comparável x (1 + ou - % ajuste)
Exemplo: Um comparável com topografia inferior (declive) em relação ao avaliado (plano) pode ser um ajuste de +5%.
5 Aplicação de Estatística (Opcional, mas recomendado)
5.1 Por que usar estatística na avaliação de terrenos urbanos?
A aplicação de estatística é altamente recomendada (e muitas vezes exigida) para avaliações de terrenos urbanos, além dos fatores de homogeneização. Ela complementa o processo avaliativo com racionalidade, confiabilidade e transparência, especialmente quando são utilizados múltiplos dados comparáveis.
5.2 Benefícios da aplicação da estatística na avaliação de imóveis:
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Reduz subjetividade: elimina viés individual na escolha dos valores.
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Dá base científica: permite justificar o valor com métodos reconhecidos.
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Aumenta a credibilidade: especialmente para fins judiciais, periciais e administrativos.
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É exigida em normas técnicas: como a NBR 14653-2 (ABNT) para imóveis urbanos.
5.2 Aplicação da Estatística ao cálculo da Avaliação
Se você tiver vários comparáveis (mínimo 4 a 6), aplique:
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Média aritmética ponderada;
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Desvio padrão;
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Coeficiente de variação;
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Eliminação de otliers (valores discrepantes).
6 Cálculo do Valor do Terreno Avaliado
Depois dos ajustes, selecione o valor unitário médio ajustado (preferencialmente usando média ponderada com os comparáveis mais semelhantes).
Valor do terreno = Área do terreno x Valor unitário ajustado (R$/m²).
7 Fatores Complementares (opcionais, mas valorizam o PTAM)
Se aplicável, adicione ou deduza valores conforme:
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Benfeitorias existentes (ex: muro, portão, aterro, pavimentação);
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Direito de construção adicional (Coeficiente de aproveitamento maior);
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Servidões ou restrições legais que limitem o uso;
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Custos para regularização fundiária/documental.
8 Conclusão e Justificativa
Apresente o valor final com uma faixa de variação (por exemplo, R$ 320.000 a R$ 340.000), e justifique a escolha com base:
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No número de comparáveis;
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Grau de similaridade;
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Métodos estatísticos aplicados.
9 Documentação Técnica (PTAM)
O Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica deve conter:
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Identificação do imóvel;
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Objetivo da avaliação;
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Fundamentação legal e técnica;
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Metodologia aplicada;
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Dados de mercado usados;
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Tabelas de cálculo e gráficos (opcional);
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Valor estimado final;
-
Identificação do avaliador (CNAI, CRECI).
10 Aplicação da Metodologia
Exemplo:
Aqui está o laudo técnico simplificado com base na metodologia do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado, para o terreno localizado na Rodovia João Gualberto Soares, 8249 – Bairro São João do Rio Vermelho – Florianópolis/SC, com área de 5.677,20 m²:
10.1 Resumo dos Dados Comparativos:
Item Tipo de Imóvel VIR (R$) AIMR (m2) VMQIR (R$) Ajuste VMQIMR Ajustado (R$)
IMR 1 Terreno 12.850.000 48.230 266,43 10,00% 293,07
IMR 2 Terreno 1.000.000 6.950 143,88 0,00% 143,88
IMR 3 Terreno 1.800.000 3.016 596,82 0,00% 596,82
IMR 4 Terreno 900.000 5.929 151,80 0,00% 151,80
IMR 5 Terreno 1.500.000 6.000 250,00 0,00% 250,00
IMR 6 Terreno 705.000 2.645 266,54 0,00% 266,54
IMR 7 Terreno 1.200.000 2.000 600,00 0,00% 600,00
IMR 8 Terreno 1.090.000 2.762 394,64 0,00% 394,64
IMR 9 Terreno 11.800.000 48.230,90 244,66 0,00% 244,66
IMR 10 Terreno 5.300.000 76.230,00 69,53 0,00% 69,53
3.010,94
Valor Médio do do Valores Ajustados (VMeQIMR Ajustado) = 301,09
10.2 Resumo dos Dados Comparativos:
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Média dos valores ajustados: R$ 301,09/m²
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Área do terreno avaliado: 5.677,20 m²
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Valor estimado do terreno: 301,09 × 5.677,20 = R$ 1.709.348,14.
10.3 Conclusão:
Com base nos dados disponíveis e nos comparativos utilizados, o valor de mercado estimado para o terreno localizado na Rodovia João Gualberto Soares, n° 8249, com área de 5.677,20 m², é de: R$ 1.709.348,14 (xxxxxxx).