Coletânea Mário Quintana
- Djalma Pimentel
- 28 de jun. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de jan.
Neste post um pouco da vida e obra do poeta Mário de Miranda Quintana, conhecido como o “poeta das coisas simples”, conhecido como um escritor modernista, foi jornalista e tradutor brasileiro. Ele é considerado um dos maiores poetas do século XX.

Mario de Miranda Quintana nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul, no dia 30 de julho de 1906.
Era filho do farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda Quintana.
Viveu sua infância em sua cidade natal, donde iniciou seus estudos na Escola Elementar Mista de Dona Mimi Contino.
Com 13 anos, mudou-se para a capital do Estado, Porto Alegre. Ali, estudou no Internato “Colégio Militar de Porto Alegre”.
Desde a adolescência, Mario começou a escrever. Já na revista da escola publicou seus primeiros trabalhos.
Durante alguns meses, trabalhou na editora e livraria "O Globo". Chegou a trabalhar na farmácia de seu pai.
Mais tarde, atuou como jornalista e colaborador no Estado do Rio Grande, Diário de Notícias de Porto Alegre, Revista do Globo e Correio do Povo.
Além de jornalista, trabalhou como tradutor chegando a traduzir muitas obras de escritores renomados: Proust, Balzac, Virginia Woolf, Maupassant, Voltaire, dentre outros.
Em 1926, sua mãe falece, e no ano seguinte, seu pai. Continuou seu trabalho nos jornais e como literato.
Em 1930, passou a morar no Rio de Janeiro sendo voluntário do "Sétimo Batalhão de Caçadores de Porto Alegre".
Ficou na cidade maravilhosa somente 6 meses, retornando ao Rio Grande do Sul onde permaneceu o resto de sua vida.
Mario Quintana não casou e nem teve filhos. Viveu grande parte de sua vida em quartos de hotéis.
O lugar onde morou cerca de 15 anos em Porto Alegre, chamado “Hotel Majestic”, é atualmente um centro cultural chamado “Casa de Cultura Mario Quintana”.
Faleceu em Porto Alegre dia 5 de maio de 1994, vítima de problemas cardíacos e respiratórios.
Seus poemas mais conhecidos
A Rua dos Cataventos (1940)
Canções (1945)
Sapato Florido (1947)
Espelho Mágico (1951)
Batalhão das Letras (1948)
O Aprendiz de Feiticeiro (1950)
Poesias (1962)
Pé de Pilão (1968)
Quintanares (1976)
Esconderijos do Tempo (1980)
Nova Antologia Poética (1982)
Nariz de Vidro (1984)
Baú de Espantos (1986)
Preparativos de Viagem (1987)
Velório sem Defunto (1990)
Melhores poemas
Canção do amor imprevisto
"Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.".
Mario Quintana.
Deixa-me seguir para o mar
Tenta esquecer-me... Ser lembrado é como evocar-se um fantasma... Deixa-me ser o que sou, o que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas, me recamarei de estrelas como um manto real, me bordarei de nuvens e de asas, às vezes virão em mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas! E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar, as imagens perdendo no caminho... Deixa-me fluir, passar, cantar...
toda a tristeza dos rios é não poderem parar!
Seiscentos e Sessenta e Seis
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo… Quando se vê, já é 6ª-feira… Quando se vê, passaram 60 anos! Agora, é tarde demais para ser reprovado… E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio seguia sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Comentários